Pertencente à Bracara Augusta

As duas semanas ainda não completas em Braga trouxe-me, ao andar pelas ruas, o sentimento de ter me transportado do futuro para o período medieval em meio a tantos monumentos históricos e antiguidades. A sensação ao entrar em cada um deles é que se volta ao passado e adentra-se àquele universo. Bem...eu me senti assim em quase todas as construções que visitei por aqui. O sentimento se repetia em igrejas, torres, museus, palacetes...tudo a volta nos remete a muitos séculos e séculos de história.

A começar pelas igrejas. Uma mais bonita que a outra. Na do Populo, deixei-me seguir uma missa em um domingo ensolarado, por volta das 12h. Estava lotada, mas sai-me daquele mundo e pus-me a pensar como era há 200 anos antes. Quem frequentava? Como eram as consagrações? Aqui, não é difícil entender como se processavam os cânticos santos porque existem muitas explicações distribídas em  diversos palácios antigos.  Ontem mesmo, desvendei o surgimento das Santas Casas da Misericórdia ao entrar em um palacete no Centro. Despretensiosamente, conheci o mundo da medicina e entendi como funcionava as procissões da semana santa em séculos passados. Deparei-me com muitos objetos de época, o que, para uma mente como a minha, é farto material para viagens a outros mundos.

Torres medievais, muralhas, igrejas milenares, civilizações antigas...é farto o material para quem gosta de história e propõe-se a entender o surgimento de uma cidade. Aqui em Braga, gosto de andar sem direção olhando com entusiasmo os quatro cantos. Há matérias para se apreciar por toda a parte. Retomando às igrejas, cada uma guarda sua preciosidade. Fui na do Carmo, Santa Cruz, São Paulo, a catedral Sé e Bom Jesus. Mas ainda faltam muitas e muitas. Não raro, essas construcões têm inscrições latinas à porta.

Sinceramente, é fascinante a quantidade de obras-primas pelas ruas e esquinas e impressiona como preservam suas memórias. As ruínas da civilidade romanda é bom exemplo. Por cá, tem-se uma freguesia (bairro) que se chama Maximinos. Foi onde se registrou maior ocupação romana por estas terras. Há uma termas - datada do século II - e um teatro com mais de 4 mil lugares da época de Trajano que estão sendo estudados por alunos da universidade local. Uma beleza de construção! E inegável tentar imaginar seu funcionamento, que tipo de pessoa usava, como eram as regras de uso, que tipo de apresentação fazia-se por lá. Sabe-se que Bracara Augusta tinha importância para roma, por abrigar um teatro de grande proporção.

Destaco ainda a Fonte do Ídolo, que fica no centro da cidade, perto dos jardins. É linda! Hoje, está totalmente protegida da erosão e em temperatura adequada para poder se apreciada por muitos e muitos anos. Dentro de uma pequena sala, o pequeno amontoado de pedras, em um primeiro momento, pode não dizer muito. Mas deixe-se permanecer por toda s explicação do vídeo de apresentação e conseguirá ver tudo e entrar naquela civilização milenar - este é o ponto que mais gostei. O vídeo explica minucionamente as particularidades da Fonte. Cada inscrição recebe atenção e o visitante deixa o local certo de que visitou a antiga capital de Conventus, em Bracara Augusta, no início do século I. Um passeio rápido, até, mas merecedor e fascinante.

E assim, deixo ficar em mais este post. Tenho dedicado estes primeiros dias a muitos assuntos de ordem pessoal e não tem sobrado muito tempo para escrever. Vim para Braga com o entuito de mudar minha direção e estou certa de que o caminho traçado está sendo construído com sentimentos de gratidão e amor à esta cidade. O povo bracarense é, sem dúvida, um dos mais afetuosos que conheci.

Até mais bacalhoeiros e sigam-me. Cresceremos juntos.  Au revoir!









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