Braga, uma cidade medieval

Para quem não sabe, Braga é a cidade mais antiga de Portugal, tendo sido fundada no ano 16 a.C como Bracara Augusta em homenagem ao imperador romano Augusto. São mais de 2000 mil anos e uma história milenar encantadora. Hoje, deixei-me levar pelas ruelas antigas para enriqueci-me de conhecimento.

Comecei à tarde, caminhando pelo centro histórico. O bom de Braga é que a modernidade conjuga-se com o antigo. E vivem muito bem, obrigada. Com isso, é possível entrar na catedral Sé de Braga e usufruir de wifi gratuito enquanto visita-se tumbas de seus primeiros reis e arcebispos. Caminhar pela Sé é deparar-se com objetos de estudo a céu aberto. Muitos achados estão à disposição gratuitamente para qualquer um apreciar.

Como dizem por aqui, por todos os sítios  (lugares) nos deparamos com monumentos, construções milenares e achados arqueológicos. A cidade respira história. Dessa forma, um pouco mais ambientada, pus-me a andar sem rumo pelas ruelas históricas de antigas civilizações e não tem como não ficar de boca aberta diante de tanta beleza.

Perto do Largo São Tiago e próximo à rua dos anjos está situado o museu Pio XII que oferece um passeio pelos períodos Paleolítocs, Epipaleolítco, Neolítico e dominação romana. O prédio em si já encanta com um arquitetura datada do século XVI. A visita começa pelo início dos tempos, chega ao achados romanos e ainda ganha de presente algumas objetos sacros usados em antigas missas. No segundo piso, encontra-se o tesouro maior: uma coleção de pinturas de Henrique Medina, em uma galeria que leva seu nome. Pode não ser valoroso para alguns, mas eu admiro muito este artista.


É possível deparar com importantes obras de um dos maiores retratistas do século XX. Para quem admira arte, é uma visita imperdível. O tíquete custa 4Euros e dá direito ainda a visitar a Torre Medieval, pela qual, ao longo de cinco pisos, narra-se a histórica de Braga. Embora a Torre seja medieval (construída por D. Fernando da Guerra - entre 1422 e 1436 - a sua fachada foi construída mais tarde, entre 1756 e 1959. No terceiro piso, encontra-se um oratório dedicado à Nossa Senhora da Torre, erguido como forma de agradecimento por a cidade ter sido poupada de um terremoto em 1755 que devastou Lisboa. E chegando ao topo, aos 40 metros de altura, tem-se uma visão panorâmica  da cidade.

Nesse caminho, descendo a rua dos bombeiros voluntários, perto do centro de saúde, encontra-se o museu de arqueologia, um importante local de estudos de objetos encontrados em escavações. Perto dali, pode-se visitar as ruínas da cividade romana.

Para descobrir a cidade, tem-se que andar, andar e andar. Somente assim, pode-se encontrar belezas arquitetônicas fabulosas em meio a prédios retrofitados. No centro histórico, por exemplo, pedaços de arcos de pedra 'de não sei quantos anos' ligam casarões antigos. É uma beleza atrás da outra.

As igrejas também são um capítulo à parte. Espalhadas em cada esquina, é possível fazer parte da história ao entrar em uma delas. Todas são impecavelmente cuidadas e o prazer de rezar é encontrado na devoção dos católicos portugueses. Há sempre alguém sentado orando. Particularmente, eu amo igrejas. E sempre as visito quando viajo. É um modo de entender costumes e conhecer um pouco mais sobre aquela civilização. Ao entrar, sempre respito fundo e deixo minha imaginação flutuar para encontrar-me com o período de sua construção. É sempre fabuloso!

Agora, não venhas à Braga para passar poucos dias, a cidade merece dedicação e muita caminhada por seus sítios. Perca tempo apreciando a paisagem. Não irá se arrepender. Depois de gastar os pés, nada melhor que parar e tomar um bom café. No centro histórico, a tradição também enche barriga. Há confeitaria e doçarias com mais de 100 anos. Eu parei hoje em 'A Brasileira', que abriu em 1907 para oferecer cafés brasileiros. O dono Adolpho de Azevedo oferecia à época uma chavena de café aos fregueses que compravam, pelo menos, meio kilo da ercadoria vinda  do Brazil para provar a excelência do produto. Tomei um delicioso capuccino sentada à uma mesa na rua S. Marcos e ainda pude usufruir de um bom wifi. Coisas modernas! O único senão é o atendimento. Não é rápido. Não têm paciência em explicar o cardápio. Mas vai-se levando. É ponto turísito e delicioso. Vale crédito.

Por hoje, é isso. Ao mesmo tempo que encho-me de conhecimento, procuro emprego em terras portuguesas. Não está nada fácil por aqui. O desemprego é alto, na média dos 9%. Espantei-me, mas me disseram que já foi pior e vem caindo. Eles até estão animados. Eu sigo feliz, mas atenta. Há muitas diferenças entre nós colonizados e colonizadores. No entanto, uma coisa é certa: os portugueses são um povo 'bom' e muito diferente de nós brasileiros. Mas deixe que isso é assunto para outro post. Por ora, quero descansar as pernas.

Até mais bacalhoeiros. Nos falamos em breve.








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